Como colocar em prática?
Contudo, isso exige que a organização seja criteriosa na implantação e utilização de ferramentas com foco no ser humano e suas relações, os gestores também não podem esperar “vitórias rápidas”.
Entre as ferramentas mais eficientes para a interpretação e experiência do usuário, destaca-se o design de serviços, uma nova abordagem para identificar problemas e transformá-los em oportunidades de mercado, que por meio de uma visualização e mapeamento sistêmico dos serviços prestados interpreta e traduz a interação e significados na experiência final percebida pelo cliente/usuário construindo uma proposta de valor relevante e serviços satisfatórios.
Lidando com os problemas
Serviços são problemas complexos e podem variar dependendo do momento que ocorrem, do comportamento e perfil das pessoas que estão envolvidas, seus procedimentos no momento de utilização, conhecimento sobre o assunto, estado emocional, entre muitas outras coisas. Isso realmente é um emaranhado de variáveis que precisam ser entendidas, mapeadas, analisadas e bem orquestradas.
Como resolver?
Observar as pessoas utilizando serviços e compreender o que se passa em suas mentes é uma tarefa muito complexa, o design de serviços busca o vazio, o afeto, isso significa entender algo que seja importante que tenha um significado pessoal na mente e na vida das pessoas. A utilização de um serviço não se materializa da mesma maneira que o uso de um produto, assim não podemos entendê-las e registrá-las como tal.
Vivemos uma mudança de era com grandes transformações econômicas onde os bens intangíveis são mais valorizados, não são escassos e se renovam, portanto, são infinitos e nossa principal matéria-prima hoje é a criatividade, o conhecimento e a cultura. Da xícara ao smartphone, o valor sempre esteve no serviço e nas experiências significativas.
Proposta de valor?
Empresas focam mais em estudar atributos presentes nos concorrentes e tentar superá-los em seus próximos lançamentos do que parar para pensar e refletir sobre novos caminhos, de encontrar o vazio, a verdade, o afeto e entender sua essência e a relevância no relacionamento com o consumidor/usuário.
Design de serviços – As transformações
Há pouco tempo, a duração da bateria de um celular era o fator chave de diferenciação nesse mercado, então, as pessoas falavam umas para as outras: “Esse celular que eu comprei é ótimo, a bateria dura 4 dias!”. Pois então, a Apple encerrou esse assunto em definitivo com o lançamento do iPhone. Resultado: “ Sim, a bateria dura somente um dia.” “Sim, você vai ter que cuidar dele como se fosse um bicho de estimação, alimentando-o todas as noites. Mas ao ter um, você não conseguirá se livrar mais dele “ . O iPhone pulou fora da guerra de atributos e entendeu o vazio, a relação de afeto entre produto, serviço e consumidor.
Explorar, observar e investigar a jornada do usuário/consumidor, entender profundamente os modelos de negócio vigentes, ampliar nosso mapa mental por meio de conexões e colaboração é a arte de criar com as pessoas e não para as pessoas, isso é essencial para o desenho de novas e melhores propostas de serviços.
O Design tem como propósito conhecer e entender O USUÁRIO de tal forma que lhe permita ajustar o produto ou serviço às suas NECESSIDADES e PROBLEMAS, para que este se ENCANTE e realize o ato com conveniência e satisfação.
Design de Serviços, por definição, estuda as interações entre todas as pessoas envolvidas no serviço, e não apenas o consumidor/usuário. Além disso, interage com todos os processos, espaços, dispositivos onde esse serviço acontece e da experiência que a empresa deseja que os usuários tenham. Está ligado a funcionalidade e a forma dos serviços a partir da perspectiva do usuário, com o objetivo de “assegurar que as interfaces dos serviços sejam úteis, usáveis e desejáveis sob o ponto de vista dos clientes e eficazes, eficientes e distintos sob o ponto de vista do prestador”.
Os pilares do Design de serviços são:
CENTRADO NO USUÁRIO
Todos nós somos consumidores, porém com diferentes necessidades e modos de pensar. É no processo de entender e revelar os diferentes pontos de vista que o design de serviços começa.
CO-CRIATIVO
Todos stakeholders devem ser incluídos no processo. Designers de serviço constroem conscientemente um ambiente que facilita a geração de ideias e a fluidez entre grupos heterogêneos de pessoas. Quanto mais um cliente é envolvido no processo de construção de um serviço, maior a probabilidade de aumento na lealdade ao serviço e no relacionamento de longo prazo.
SEQUENCIAL
O serviço deve ser visualizado como uma sequência de ações inter-relacionadas. Tente pensar no serviço como um filme: contém uma série de fotografias estáticas, que combinadas formam uma sequência animada. Todo serviço segue etapas de transição, desde o período pré-serviço, durante o serviço e a etapa posterior ao serviço. Esses momentos devem ser orquestrados para alcançar um ritmo agradável para o cliente.
UTILIZA EVIDÊNCIAS
Serviços intangíveis são visualizados através de artefatos tangíveis. Qualquer artefato, seja um item físico como um brinde ou até mesmo um sorriso de um funcionário, ativa uma memória positiva do serviço, e com isso uma associação emocional. Boas evidências prolongam essas sensações nos clientes e isso é uma ótima maneira de seu serviço ser recomendado a outras pessoas.
HOLÍSTICO
Todo o ambiente do serviço deve ser considerado. Os clientes percebem os serviços com todos seus sentidos: eles veem, escutam, sentem o cheiro e o gosto e tocam todas as manifestações do serviço. Por mais difícil que seja, considerar um contexto mais amplo fará com que seus clientes percebam o ambiente do seu serviço de forma subconsciente, o que provoca um grande impacto na experiência do serviço.
“Um produto ou serviço bem projetado é aquele pelo qual nos apaixonamos”.
MARCOS BATISTA
Design & Inovação