Uma das matérias mais otimistas que tive o prazer de ler nos últimos meses está estampada na Capa da Revista Exame do dia 30/08/2017 (número 1144). “A Recuperação COMEÇOU!!!” Diz a revista!
Esta matéria é de leitura obrigatória para quem quer entender como esta retomada se dará e como executivos e empresários devem se posicionar frente a ela. Vou usar algumas das questões apresentadas por ela como base, mas antes, vamos fazer a seguinte reflexão:
E SE A CRISE NÃO TIVESSE FIM???
Indústrias que começam a retomar, mas…
Exemplos de retomada de algumas áreas da indústria brasileira começam a acalmar o coração. Indústria automobilística demonstra novos números, mas ainda muito tímidos. Alguns destaques do ramo alimentício, por exemplo, comemoram bons resultados fruto de investimentos estratégicos (não grandes) e de posicionamentos em mercados que ficaram desatendidos (JBS abriu o mercado para os concorrentes)
E se as Indústrias que fizeram o sucesso da nossa economia até anos atrás não voltem nunca mais a brilhar como brilharam?
Governo sem dinheiro
Não é novidade alguma que o tamanho do Governo é maior do que fiscalmente deveria ser. Decisões de contingenciamento de orçamento público de confundem com pedidos de elevação da meta de Déficit orçamentário, uma clara demonstração de que o saneamento fiscal do Brasil não acontecerá brevemente. O endividamento de 60% do PIB das contas brasileiras dão um verdadeiro “frio na espinha”.
E se o governo não possa (na verdade não deva) injetar crédito no mercado com a intensidade que fez durante os últimos anos? E se as reformas estruturais que estamos esperando saiam do papel bem menores do que gostaríamos?
Desemprego
Os primeiros números sobre o desemprego também começaram a melhorar. A questão é que o ritmo de melhora será bem menor do que o ritmo de queda que observamos. Desta forma, o poder de consumo não chegará ao patamar que havíamos presenciado.
E se o consumo interno de empresas e famílias aumente pouco pautado por mais prudência a partir deste momento?
Crédito pessoal, Empresarial e Endividamento.
Apesar da vontade de Bancos e Instituições Financeiras em oferecer um crédito cada vez mais barato para pessoas e empresas (apesar de ser ainda muito, muito caro) e que o crescimento de crédito pessoal desde meados de 2016 já acumula 36%, o que vemos é que as pessoas e empresas não estão mais tão dispostas a tomar novo crédito. O aumento da obtenção de crédito aumentará, mas chegará a índices pré-crise?
E se Bancos e Instituições Financeiras não concedessem crédito da mesma forma que o fizeram no período pré-crise?
Por que estou te pedindo para refletir sobre esta questão? Porque estamos todos esperançosos que a crise passe por completo e que a economia, junto de todos os elementos que a mantiveram, retome a patamares de antes da crise, mas será que isso vai acontecer?
O que repensar para um novo momento da Economia?
O atendimento de um novo mercado consumidor
Crescer quando a demanda por praticamente todo produto e serviço está no nível máximo não é uma tarefa tão desafiadora assim, certo? A questão é que o mercado agora controla muito mais o seu consumo e conseguir um espaço na “lista de compras” dos nossos clientes está cada vez mais desafiador.
Empresas que se posicionam:
- Como solucionadoras de problemas dos seus clientes de forma inovadora;
- Que trazem vantagens financeiras e grandes vantagens operacionais;
- Ajudam seus clientes a viver melhor e a vender mais;
- Superam largamente as expectativas nas sua prestação de serviços estão sempre no topo da lista de consumo.
Se sua empresa está em um grupo como este não se preocupe, continue firme que tudo dará certo!!! Agora, se não está…
Lutamos contra a nossa própria improdutividade
Pode reclamar o quanto for das dificuldades logísticas que temos para empreender no Brasil, da burocracia que trava as decisões a flexibilidade dos negócios e principalmente dos impostos que tiram o oxigênio de empresas e empresários, mas a questão é só uma: Não é somente isso que acaba com a produtividade das nossas empresas.
Precisamos lutar contra o nosso próprio desperdício de recursos humanos e recursos financeiros, contra a nossa forma tacanha de tomar e implementar decisões, contra nosso atraso em liderar nossas equipes, contra nossa falta de prioridade em educar o mercado, educar nossos colaboradores e educar nossas crianças.
A implantação de novos processos, métricas, metas e novos comportamentos nas nossas empresas depende do desenvolvimento de uma nova forma de enxergar o mundo e de à ele reagir.
A INOVAÇÃO na ponta da lança
Inovar não é inventar, não somente isso. Inovar é resolver problemas críticos de uma forma nova, disruptiva, fantástica. Inovar não é ter ideias, não somente isso. Inovar é implementar boas ideias de forma impressionante, primorosa, incontestável.
Mais que bons inventores, o nosso país precisa de excelentes implementadores com um Mix perfeito entre ideação, planejamento, execução e controle. Atuar de forma rápida neste contexto é fundamentar para criarmos, nós mesmos, a retomada da nossa Crise, da forma que ela puder ser feita.
Vou parar por aqui porque o papo ainda vai longe. Nos próximos artigos, com certeza!
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