ECONOMIA DA EMOÇÃO

 

A economia da emoção pode ser resumida na capacidade de transformar o mundo a partir da reconexão com nossa essência humana

Tenho refletido muito sobre como caminhamos como humanidade quando o quesito é desenvolvimento econômico. Não acredito mais que seja possível continuarmos a pensar na riqueza de uma nação a partir de números econômicos. Quando debruço sobre este tema, costumo pensar sobre tudo que já vi de desigualdade no mundo. Quanto mais alguns constroem riquezas, uma enorme maioria fica pobre ou miserável.

A questão é: até quando suportaremos este modelo sem que uma revolta global realmente estabeleça uma nova ordem ou mesmo force a humanidade a reavaliar o que ela mesmo chama de riqueza? Gostaria de fazer uma reflexão sincera com você, caro leitor do Palestras e Conteúdo que acompanha nossos materiais, sobre o que podemos chamar de Economia da Emoção.

Economia da Emoção, nasce da percepção de alguns grupos com a necessidade de reconexão do ser humano com a sua essência. Retornando aos nossos pilares, teremos nesta base, as conexões baseadas no relacionamento emocional. Somos seres relacionais e que precisam da vida em comunidade para a criação e fortalecimento dos grupos. Bem, até aqui nenhuma novidade, porém ao nos debruçarmos sobre esse quesito, remontamos a nossa verdadeira origem como raça.

Na antropologia, estamos na base da formação humana. Em nosso processo civilizatório, quando como raça, nos sedentarizamos. Foram as conexões emocionais e o inter-relacionamento que conseguiu, dentro de grupos nômades, gerar a aderência suficiente para a nossa consagração como nação em todo o planeta.

A economia da emoção está nos pilares da nossa construção como povo. Em seu livro Processo Civilizatório, Darci Ribeiro, analisa a partir de dados históricos, paleontológicos e arqueológicos o que chamamos de sedentarização humana.

Um pequeno grupo, provavelmente menor que mil indivíduos, subiu do continente africano na última Era Glacial. Desse grupo, ou melhor, dos indivíduos que sobraram, ao chegar na antiga Mesopotâmia, eles encontraram um ambiente fértil para iniciar o processo que levaria a criação da primeira cidade, domesticação de animais, como o boi e a criação da agricultura como conhecemos. A economia da emoção foi o elo de pertença que conectou esse grupo e originou a sequência de povos que bem conhecemos.

Quando analisamos nosso mundo atual baseado no crescimento desenfreado e na exploração dos recursos cada vez mais escassos da terra, percebemos que outro ponto de conexão entre os seres humanos precisa ser restabelecido, caso contrário, não nos restará muito mais do que conflitos e guerras como caminho para disputar o que teremos de recursos.

Em um recente relatório dos militares brasileiros é apresentado um cenário de disputas nos próximos vinte anos pelos recursos da Amazônia. Pode parecer apocalíptico pensar nisso, mas o fato é que não seria surpresa que tais estudos realmente acontecessem.

A questão a ser refletida por nós, é o quanto estamos dispostos a pensar no mundo a partir de uma nova visão, baseada na economia da emoção. Pensar a partir desses pilares, nossos relacionamentos e nossos negócios mudariam completamente a ordem econômica, relacional e de desenvolvimento.

Já imaginou criar produtos e serviços que tivessem como origem e fim agregar algum valor real ao mundo? Produzir alimentos que não tivessem o único destino, além de oferecer fonte saudável de proteínas e vitaminas estaria fora desta economia. Excessos de açúcar, sódio, gorduras, conservantes, entre outros, seria algo impensável, pois dentro do conceito da economia da emoção a única coisa que importa é o ser humano.

Para que produzir armas e produtos tóxicos se o destino final é o ser humano? Emoção seria a única forma de conexão com os envolvidos nas cadeias de valor das empresas e dos consumidores. Nas relações empresariais, sempre o início das questões seria relacional.

Será que fazemos bem ao mundo? Esse seria o questionamento central dos negócios existentes. Pense comigo, quantas empresas deixam marcas de dor no mundo e em seus consumidores? A humanidade foi marcada por doenças advindas do consumo de produtos que por sua composição ser basicamente desenvolvida para viciar seus consumidores, instaurou doenças e doentes ao longo das décadas.

Na economia da emoção, ou esses produtos têm sua composição pensando no bem-estar, ou não existe motivo para eles existirem. Parece óbvio, mas praticamente toda a indústria instalada hoje no mundo, ligada a alimentação, teria sérios problemas para ficar de pé com o conceito economia da emoção. Olhando outros mercados, não temos um cenário muito diferente. Porém, o início de toda mudança é nosso inconformismo. Será que a sua empresa e seus relacionamentos poderiam ser guiados pela economia da emoção?

Há anos, nós do Palestras e Conteúdo, pensamos e ajudamos empresas, empresários e empreendedores a se posicionar de maneira diferente no mundo.  Lá se vai muitos anos construindo uma nova visão de mundo com materiais, palestras, workshops e livros.

Neste ano de 2020, lançaremos nossa maior obra sobre um novo modelo de sociedade que acreditamos. Ela tem como base a economia da emoção e é sistematizada no que chamamos da cultura dos 4Es. Empoderar, acreditar que podemos transformar. Empreender, nossa indignação transformada em ação. Envolver, gerar conexão verdadeira aproveitando tudo que temos de tecnologia hoje. E entregar. Ou fazemos a diferença no mundo, ou somos uma mentira.

A economia da emoção pode ser resumida na capacidade de transformar o mundo a partir da reconexão com nossa essência humana, trazendo à tona nossa maior beleza, gerando relacionamentos verdadeiros e transformando a realidade do mundo em que vivemos.