Qual sua decisão diante de uma oportunidade? 

O que você faz diante de uma oportunidade? Bem, este artigo é para você que tem medo do novo, tem medo de dizer sim e mais importante ainda para você que literalmente tem medo de ser feliz.

Eu poderia escrever pelo menos cem artigos sobre pessoas que encontrei ao longo da vida que fogem de situações que precisam tomar decisões, mas fico ainda impressionado com a quantidade de gente que teima em ser infeliz por simplesmente ter medo do novo.

Gosto de pensar que o segredo da mudança está em não focar sua energia lutando contra o velho, mas em construir o novo. Vou contar uma breve história que vivenciei há alguns para aprofundar nossa reflexão:

Cerca de três anos atrás, no canal de empreendedorismo Meu Sucesso.com, do empresário brasileiro Flavio Augusto, gravei uma aula que seria para mim um divisor de águas em relação aos estudos e reflexões que faço.

Gravei para o canal outras três aulas, mas até hoje esta em especial ainda rende muitos comentários para quem assiste. A aula é uma First Class da série Disrupt gravada no Silicon Valley. Nesta série, alguns empreendedores em situações reais têm seu comportamento analisado quando expostos a decisões e oportunidades.

Invariavelmente, alguns hesitam e outros mergulham na oportunidade. Dizem sim, sem ter todos as informações necessárias, mas não deixam dúvida, aceitam o desafio e vão em frente. Para os que dizem “sim”, não existe medo do novo. Mas afinal, por que temos medo do novo se apenas ele pode promover as mudanças que todos querem?

Nosso cérebro é programado para a preservação

Em minha aula, eu trago o funcionamento na nossa mente do mecanismo do medo. Nosso cérebro é programado para preservar nossa vida. Sendo assim, o medo do novo é algo natural, afinal o novo pode representar riscos à existência. O boicote natural do cérebro é orgânico e programado. A questão que repousa sobre este mecanismo é o momento de mundo que vivemos.

Relações entre casais vivem a era do acesso à felicidade e não a posse do outro. Cada um de nós quer estar dia a dia trabalhando em algo que representa nossa verdade, refletindo nossa essência e auxiliando a construção do propósito que queremos. Nossa rotina de vida reflete cada vez mais uma espiritualidade holística onde o ser humano é o centro e nossa relação com a natureza é a plenitude do que imaginamos ser a vida plena. Como então ainda preservar o medo do novo em nosso cérebro como mecanismo natural?

Em minha vida, provavelmente foram centenas de pessoas que encontrei que simplesmente se negam a aceitar o novo. O medo do novo os congela. Mesmo em momentos que todas as decisões já foram tomadas. Elas retornam à posição anterior literalmente voltando para a caverna, como diria Platão. A questão central desta reflexão é que uma vez exposto ao novo, assim como na física dos materiais, em que uma vez alterados, seja pela temperatura ou pela pressão, eles não retornam ao estado anterior. Conhecer o novo é um caminho sem volta. Uma vez bebendo desta água, não é possível beber mais nada. O medo do novo passa agora a ser o novo dentro do velho.

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O medo do novo passa agora a ser o novo dentro do velho

Loucura pensar desta forma. Mas uma vez exposto ao novo, nossa mente se abre e querer voltar ao velho é impossível. Olha, digo isso com propriedade. Falo isso por mim mesmo. Elevamos nossa percepção do mundo e queremos agora nivelar as outras experiências a partir da nossa nova visão de mundo.

O medo do novo para os “iniciados” não existe mais. Seja nas relações pessoais, profissionais ou com nossa espiritualidade. Diante desta questão temos duas possibilidades:

(1)   Avançar na construção do novo, auxiliando outros a não mais ter medo do novo;

(2)   Voltar para nossa caverna e ir em busca da tão presente depressão;

Não estou trazendo aqui uma reflexão disruptiva. Adoraria estar construindo uma nova abordagem a um tema importante ou realmente criando uma teoria. Lembra quando, no filme Matriz, Neo, o predestinado, tem a possibilidade de tomar a pílula vermelha ou a azul? Ele toma a azul, e sua vida nunca mais volta ao estado que era. Para ele, o medo do novo não mais existia, pois diante de uma oportunidade ele teve coragem! Só que também não foi nesta obra-prima do cinema que esta reflexão sobre o medo do novo pode ser alicerçada.

Assumir o novo é assumir nossa responsabilidade diante da humanidade

Não há possibilidade de mudar meu pensamento. Sou sim, filósofo por natureza. Sócrates mudou radicalmente nossa forma de pensar. Certa vez, criticado por outros que o invejavam, foi severamente questionado e punido por suas ideias, que nada mais eram do que expor aos outros como vencer o medo do novo com nossa maior arma: o questionamento e a reflexão.

Sócrates dizia que se deixássemos de pensar, o velho sempre venceria e nosso medo do novo seria alimentado criando outros e maiores medos. Questionado se pararia de ensinar aos jovens a não mais ter medo do novo ele disse que preferia morrer. Foi o que fez. Tomou veneno e morreu.

Diante de uma oportunidade, qual sua decisão? Ficar com medo do novo e voltar para sua caverna ou ter coragem de viver o novo que já foi experimentado por você e literalmente invadiu sua vida e alma? Sabe, querido leitor, quando falo de cultura de startup, estou falando do novo. Quando falo de espiritualidade transcendendo as religiões, mas fincando o pé no amor e na relação nossa com a natureza, estou falando do novo. Convido você a primeiro respirar, depois se deitar no chão, respirar novamente e pensar com liberdade, porque o medo do novo te amedronta. Caso você seja mais um que não tem resposta, venha comigo. Mergulhe no novo. Liberte-se dos que te aprisionam no velho porque não têm coragem. Acredite que o medo do novo é tudo menos o caminho da felicidade.

Não existem respostas prontas, apenas a certeza de que com coragem venceremos o medo e abraçaremos nossa essência. Liberte sua alma do medo e mergulhe no novo com amor.

Gratidão por pelo menos admitir pensar em perder o medo do novo.