Nos últimos cinco anos percorri o Brasil participando dos mais diversos eventos no universo do empreendedorismo avaliando startups e negócios inovadores para que recebessem investimentos, ganhassem competições ou ainda para serem eleitas em programas de aceleração.
Em alguns casos tais eventos poderiam ser de transformação de alguma realidade específica como, por exemplo, os impactos socioambientais na Amazônia. Mais de 400 startups já passaram por minhas avaliações.
Embora o número pareça grande, o que impressiona mesmo é como uma pequena parte deste contingente, menos de 10%, realmente resolve problemas essenciais das pessoas.
A resolução de problemas por meio de negócios inovadores
A pergunta que sempre faço ao analisar uma startup é, será que o motivo desta empresa existir é realmente importante para que pessoas paguem pelo que ela irá oferecer ao mercado?
Como bons brasileiros temos a criatividade na veia, porém, muitas vezes nossa criatividade não é aplicada de forma consistente na solução dos milhares de problemas que temos em nosso país e perdemos a oportunidades de investir em negócios inovadores.
Sabe-se que aqui no Brasil poucas pessoas têm seguros, sejam eles para carros, casas ou seguros de vida e por esse motivo existe um enorme mercado a ser explorado.
Mas, qual a abordagem para resolver este problema? Atualmente as seguradoras investem em plataformas e aplicativos que prometem uma contratação mais fácil, ágil e barata. Será que é isso que irá resolver este problema? Efetivamente posso afirmar que não.
A baixa adesão de seguros em sua maioria se dá pelo desconhecimento dos benefícios. Ensinar a importância de proteger patrimônios pode vender mais do que ter uma facilidade para chegar ao produto.
Resolver problemas de verdade sempre será melhorar a vida das pessoas é o principal objetivo dos negócios inovadores. Em muitos casos pode ser por meio de informações e da educação que criamos novos mercados a serem explorados.
Não seja mais um
Ter uma startup sem o objetivo de resolver algum problema é entrar no mercado apenas para competir com o que já existe. Isso vale para qualquer empresa, não apenas para as startups.
Uma nova pastelaria que não leva um diferencial ao mercado é apenas mais uma opção e não faz parte de grupo de negócios inovadores.
Sendo assim, como ela poderá se destacar? Convido você a pensar nas dificuldades que no seu dia a dia são demandam de muito tempo para serem resolvidas e geram muita dor de cabeça.
Caso consiga resolvê-los de forma inteligente se pergunte: alguém pagaria por esta solução? Eis aí uma boa provação e o começo de um bom negócio.
Para aprofundar este tema, sugiro o livro: Problemas? OBA! de Roberto Shinyashiki.