Quanto mais penso mais gosto do Pequeno Príncipe

Sou um leitor inveterado. Gosto muito de reler livros que marcaram minha vida ou ainda aqueles que amo de paixão e parecem ter sido escritos para que sempre recorramos a eles quando precisamos daquele apoio que apenas eles podem nos dar. Acredito sinceramente que muitos que encontraram meu artigo já devem ter lido o livro O Pequeno Príncipe.

Aquele ser pequeno que viajava pelo mundo levando luz e boas emoções e ensinou gerações sobre os verdadeiros sentimentos de amizade amor e simplicidade. Acredito mesmo que podemos aprender muito com o Pequeno Príncipe. Ele é bastante atual em dias em que o hábito de falar de sentimentos verdadeiros foi transformado em emojis.

Tento viver um dia por vez, sem ficar pendurado no passado ou planejando um futuro que nunca vem. Mas, seja honesto com você mesmo como estou sendo. Quantas vezes, assim como eu, você se sente angustiado por não conseguir viver o agora. Lembro que o Pequeno Príncipe corria para cuidar dos seus vulcões e da sua amada rosa, afinal, sendo única, ele dedicava todo o tempo possível admirando a beleza quase infinita daquela flor. 

Em nossa vida, queremos muitas vezes continuar com o gosto delicioso daquela experiência especial que tivemos um dia e que por causas incertas talvez nunca mais se repita.

Enxergando com o coração, assim como o Pequeno Príncipe

 Em seus diálogos pelos mundos que conheceu, o Pequeno Príncipe conseguiu entender o que era de fato importante na existência humana. Sua inquietude quanto à forma dos adultos pensarem sempre chamava a atenção dele.

Dureza, falta de viver o hoje, ausência de percepção do belo ou, como dizia o pequeno príncipe, a incapacidade de perceber o que estava na nossa frente. Em sua jornada, este jovem rei fazia com que aqueles que o enxergassem com o coração começassem a compreender melhor a própria existência na terra.

            “Você é eternamente responsável pelo que cativas”. Como esquecer esta frase? Ela com certeza foi o motivo da minha releitura deste clássico. Estava vivendo uma fase nova da vida. Fase essa que, assim como o Pequeno Príncipe, não era mais possível viver no passado ou estar atrelado a ele. É estranho como ficamos quando literalmente não temos casa, hábitos cotidianos ou mesmo os relacionamentos que preenchiam nossa vida. 

 

O sentimento de recomeço é muito bom, mas, ao mesmo tempo, o caminhar sozinho nos reveste de novas responsabilidades que nos fazem, em alguns momentos, mesmo que por fuga, querer voltar ao passado.

Podemos perceber as raposas e as cobras que estão em nossa jornada

            Gosto de refletir muitas vezes em profundidade sobre o que vivo. Em um workshop que ministro no Palestras & Conteúdo chamado “Conheça-te a ti mesmo”, mergulho na minha humanidade para auxiliar aqueles que estão comigo a sermos melhores.

Neste treinamento, muitas vezes trago exemplos reais que passei para contextualizar as reflexões. Em sua jornada pela terra, o Pequeno Príncipe teve encontros bem interessantes. Com a cobra, refletiu sobre como podemos facilmente achar que entendemos o que estamos vivendo. Porém, com a vida real, nem sempre a dor é tão grande como imaginamos ou a vida tão doce quanto achamos.

 

A raposa, porém, sempre será a raposa. Viver é caminhar em direção a um destino desconhecido. Se viver então é sempre uma obra do acaso, uma vez que nem eu ou você podemos dizer o que acontecerá na próxima manhã, por que sofrer ou ficar angustiado como gostamos de ficar? A beleza está no cativar.

Demorei muito a entender isso e mesmo entendendo não posso dizer que sempre vivo o aprendizado que tive. Sinto, muitas vezes, como um machucado que perde a casca e novamente a dor vem, quando algo que me faz lembrar daquilo que não quero lembrar é reativado.

Sabedoria não é ser culto. Sabedoria é saber que mesmo sendo responsável pelo que cativamos apenas podemos viver plenamente quando o que cativamos for verdadeiramente o que o Pequeno Príncipe nos ensinou. Segundo aquele pequeno ser de cabelos ruivos, contemplar o belo admirando sinceramente desde um bom bate-papo ao mais simples sinal de amor bastaria para preencher nossa imensidão de dor e angústia.

Esperar pela tormenta quando o amor e o sentido estão no simples sopro parece loucura, mas sabedoria mesmo é viver o amor sem amarras, apenas amando!