Beleza oculta – será que seus olhos enxergam mesmo?

Lá se vão mais de dois anos que Marcos Batista e eu, em um determinado momento de nossas vidas, nos deparamos com o que seria nossa maior descoberta. Afinal, o que é a Beleza Oculta? Impossível compreender o que ela é para mim sem mergulhar na jornada que fiz em Santiago de Compostela.

Eram dias de forte provação emocional e verdades apresentadas a todo momento aos integrantes da jornada. Éramos oito no início da jornada e chegaríamos nove ao final. Mas fica aqui um convite a você, amigo leitor, a providenciar meu livro Vidas Ressignificadas, uma jornada em Santiago de Compostela, que no mês de dezembro de 2019 já estará disponível para que você se aprofunde ao máximo em minha experiência em Compostela. Quero com você neste artigo ajudá-lo a entender o que chamo de beleza oculta.

Beleza oculta é tudo aquilo que nossos olhos não veem, mas podemos sentir. Imagine uma vida em que primeiro você faz a experiência do sentir e depois concebe pensamentos racionais, oferecendo assim a oportunidade para que sua consciência tenha condições de ajudá-lo na tomada de decisão.

Mas entenda, estou propondo a você que inverta a lógica. Primeiro faça a experiência do sentir, depois do julgar.

Tempo, amor e morte

Para entender o que é a Beleza Oculta, precisamos primeiro aprofundar as bases. Tempo, amor e morte.

Tempo:

Controle humano da dimensão do dia. Com o tempo, somos regidos por compromissos e regras. Já pensou em apenas viver o dia sem o controle do tempo?

Mas jamais se esqueça, você não controla o tempo. Ele, além de ser perecível ao extremo, é completamente incontrolável. Hoje você tem ele em suas mãos, porém não tem a mínima ideia se continuará no controle nos próximos 10 minutos.

Estar presente e ser dono do tempo é essencial para que você o valorize. Seu tempo é seu. Dedicá-lo inutilmente a sensações, relações ou interações que não promovem seu crescimento é desperdiçar sua vida.

Amor:

Você sabe o que é o amor? Então me prove fisicamente o que é o amor. Sim, quero uma prova real do amor. Veja, você não conseguirá. Sabe por quê? Tudo que vale a pena na sua vida é intangível. Amar é sentir, amar é ver com o coração. Temos três cérebros e gostaria que caminhasse comigo nesta reflexão. Em sua cabeça acontece a maior parte das sinapses.

Mas você faz sinapses na veia aorta do coração e no intestino grosso. Aquela dor no peito quando algo acontece? Bem, é o seu coração literalmente sentindo sem que sua razão se oponha.

Aquele frio na barriga que você ama ou odeia? Aquele alimento que só fez mal a você ou ainda aquela bola no estômago que não te deixa comer nada? Querido leitor, seus três cérebros são muito mais ativos do que imagina. E são os responsáveis por suas decisões. A questão central é que por gerações fomos condicionados a racionalizar e esquecer o que sentimos.

Morte:

Lembra que o tempo é perecível e você não o controla? A morte, por sua vez, é certeira e inusitada. Aparece e se apresenta sem você esperar, estar preparado ou desejar. A morte é a única certeza que temos.

Ela é o destino final de todos os seres que têm vida. Se a morte é certeira, por que então fazemos de conta que ela não existe? Quantas pessoas conheço que apenas começaram a ver a Beleza Oculta quando a morte bateu em sua porta.

Pior, querido amigo, é quando a morte se apresenta e alguns seres humanos regridem, voltando para cavernas e sofrendo ainda mais. A isto eu chamo involução, pois poucos no mundo têm uma segunda chance diante da morte.

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Beleza oculta, ela está à sua frente

Tempo, amor e morte. Estes são os três pilares da Beleza Oculta. A escassez do tempo e a sua impossibilidade de controle nos coloca diante de um enorme dilema. Ou vivemos o amor do presente intensamente, ou a morte pode nos bater à porta. E, assim, acabarmos sentindo o fim sem que tenhamos vivido nossa potência como seres humanos.

Sentir a Beleza Oculta é parar de ver com os olhos e deixar nossos três cérebros serem donos do controle. Olhe, não estou aqui pedindo a você que passe a ser um ser apaixonado por tudo, sem sentido ou razão. Minha provocação é outra.

Na verdade, amigo, não é provocação, é um alerta. Uma vida que vale a pena é uma vida onde os intangíveis têm mais lugar do que os bens que ocupam espaço.

Pare de acumular coisas e comece a acumular experiências. Tenha mais histórias para contar do que coisas para mostrar. Seja mais lembrado pelas marcas de amor que viveu do que as de dor que deixou. Consegue agora mesmo colocar em uma folha as pessoas que têm por você dívidas de gratidão?

Dívidas de gratidão

Dívidas de Gratidão são aquelas que você tem com pessoas que tocou com o seu amor. Gerou impacto, fez a diferença e em muitos casos será lembrado eternamente. Consegue me dizer quantos você tocou desta forma no último ano, mês ou semana? Amigo, saia das racionalizações do mundo. Mergulhe no intangível e acumule exponencialmente dívidas de gratidão.

Viver é uma responsabilidade apenas sua. Entender que o tempo, amor e morte estão intrinsecamente relacionados é sabedoria. Ignorar a finitude da vida não é burrice, é cegueira. Sendo assim ser cego é ter olhos e não sentir. Viva o hoje como se fosse o último dia sentindo e não apenas estando de corpo físico.

Gratidão leitor, Benício Filho pelo mundo tentando sempre enxergar as belezas ocultas aos olhos, mas perceptíveis pelo coração e experimentadas pela alma.